Como Calcular o Centro de Gravidade Ideal no Projeto de Aeromodelos

No mundo do aeromodelismo, um dos fatores mais importantes para garantir um voo seguro e eficiente é o Centro de Gravidade (CG). O CG é o ponto de equilíbrio de um aeromodelo, onde a distribuição de peso se equilibra em todas as direções. Sua posição tem um impacto direto no desempenho e na estabilidade do modelo, tornando o seu cálculo e ajuste essenciais para um voo bem-sucedido.

Importância do Centro de Gravidade (CG) no Aeromodelismo

O Centro de Gravidade é crucial porque afeta a maneira como o aeromodelo se comporta durante o voo. Quando o CG está posicionado corretamente, o modelo voa de forma estável e equilibrada. Se estiver mal posicionado, pode resultar em instabilidade, dificuldade de controle, ou até mesmo em falhas durante o voo. O equilíbrio adequado do CG ajuda a evitar comportamentos indesejados, como o efeito de tombamento ou a perda de controle durante manobras.

Impacto do CG no Desempenho do Aeromodelo

A posição do CG influencia diretamente diversos aspectos do desempenho do aeromodelo. Um CG muito à frente pode tornar o modelo excessivamente estável, dificultando manobras rápidas, enquanto um CG muito atrás pode tornar o modelo instável, favorecendo o risco de perda de controle. A maneira como o aeromodelo reage nas fases de decolagem, cruzeiro e pouso também depende dessa posição. Ajustar o CG corretamente é, portanto, um passo fundamental para garantir que o modelo voe conforme o esperado.

Objetivo do Artigo: Ensinar Como Calcular o CG Ideal e Sua Relevância para o Voo Estável

O objetivo deste artigo é guiar você no cálculo do Centro de Gravidade ideal para o seu aeromodelo, explicando como ele pode ser determinado de maneira simples e eficaz. Vamos explorar os fundamentos que envolvem a medição correta do CG e como sua posição impacta o voo estável. Ao longo do artigo, você aprenderá a calcular o CG de forma prática, entenderá os efeitos de um cálculo incorreto e descobrirá como ajustar o CG para otimizar o desempenho do seu modelo no ar.

Esse é o ponto de partida para aprofundar-se no cálculo do CG e na construção de um aeromodelo mais equilibrado e com melhor desempenho. Vamos prosseguir explorando como esse cálculo é feito e sua aplicação prática no aeromodelismo.

O que é o Centro de Gravidade (CG) e por que ele é importante?

Definição simples e explicação do conceito de CG

O Centro de Gravidade (CG) é o ponto exato onde a massa de um aeromodelo está equilibrada, ou seja, o ponto em que, se o modelo fosse suspenso, ele se manteria equilibrado sem inclinar para nenhum lado. Em termos simples, é a “alma” do equilíbrio do seu modelo. Em aeronaves reais, o CG é essencial para garantir um voo seguro e eficiente, e essa mesma regra se aplica ao aeromodelismo.

No caso dos aeromodelos, a localização do CG depende de como os componentes (como o motor, as baterias, os servos e as superfícies de controle) são distribuídos ao longo da estrutura. O cálculo e a posição exata do CG determinam como o aeromodelo irá reagir ao ser lançado e durante o voo, afetando diretamente o desempenho e a estabilidade.

Relação entre o CG e a estabilidade do voo

A posição do CG afeta profundamente a estabilidade do voo do aeromodelo. O CG deve estar em uma posição balanceada, nem muito à frente e nem muito atrás, para que o modelo mantenha o controle adequado em todas as fases do voo.

CG muito à frente: Se o CG estiver deslocado para a frente, o aeromodelo será mais estável, mas ficará difícil de manobrar. O modelo pode se comportar de forma mais lenta e menos ágil, o que pode ser indesejável, especialmente em manobras acrobáticas. No entanto, modelos com CG à frente são mais fáceis de controlar para iniciantes.

CG muito atrás: Por outro lado, se o CG estiver muito para trás, o modelo se tornará mais sensível e instável, tornando mais difícil de controlar. Em alguns casos, pode resultar em um voo imprevisível, onde o aeromodelo tende a “mergulhar” ou até perder o controle durante as manobras. Um CG muito traseiro também pode tornar o modelo mais suscetível a “tombar” ou a entrar em perda de controle durante a decolagem ou pouso.

Portanto, manter o CG na posição ideal é essencial para garantir que o aeromodelo voe de forma equilibrada e estável, permitindo que você aproveite o desempenho desejado e tenha o controle necessário sobre o modelo em todas as situações de voo.

Com essa explicação, você agora tem uma compreensão clara de o que é o CG e como ele afeta diretamente a estabilidade do seu aeromodelo. Na próxima seção, vamos explorar como calcular o CG ideal para o seu modelo e como ele pode ser ajustado para obter o melhor desempenho possível.

Efeitos de um CG incorreto: instabilidade, dificuldades no controle e manobrabilidade comprometida

Como o CG Afeta o Desempenho do Aeromodelo

CG muito à frente: excesso de estabilidade e dificuldade de manobra

Quando o Centro de Gravidade (CG) de um aeromodelo está muito à frente, o modelo se torna excessivamente estável. Embora isso possa parecer positivo à primeira vista, há uma desvantagem importante: o aeromodelo pode se tornar mais difícil de manobrar. Em geral, quanto mais à frente estiver o CG, mais resistência o modelo apresentará às mudanças de direção.

Durante o voo, esse excesso de estabilidade pode resultar em respostas lentas ao controle, tornando o modelo menos ágil, o que pode ser problemático, especialmente em voos acrobáticos ou em situações que exigem manobras rápidas. Esse posicionamento também pode afetar a decolagem, tornando-a mais difícil, já que o modelo tende a manter uma atitude mais inclinada, o que pode exigir mais potência para levantar voo.

Em resumo, um CG muito à frente aumenta a estabilidade, mas compromete a agilidade e a capacidade de resposta do modelo. Esse tipo de configuração é geralmente preferido por iniciantes, que buscam um voo mais previsível e menos arriscado.

CG muito atrás: perda de estabilidade e risco de perda de controle

Se o CG estiver muito atrás, o aeromodelo se torna instável e sensível a movimentos de controle, o que pode tornar o voo imprevisível. Nesse caso, o modelo pode reagir de forma exagerada aos comandos, resultando em uma dificuldade maior para manter o controle, principalmente em manobras mais exigentes. Além disso, esse desequilíbrio pode levar a um risco elevado de perda de controle.

Um CG traseiro também pode causar problemas durante a decolagem. Com o centro de gravidade mal posicionado, o modelo pode começar a levantar a frente do que deveria, fazendo com que a parte traseira do aeromodelo se levante muito rapidamente ou até que o modelo “mergulhe” para baixo antes de ganhar altitude suficiente. Isso pode resultar em um acidente na decolagem. Durante o voo, um CG muito traseiro pode levar a situações perigosas, como perda de sustentação ou dificuldades de recuperação em manobras mais extremas.

Por essas razões, um CG excessivamente traseiro pode ser problemático para a maioria dos pilotos e deve ser evitado, especialmente em modelos que exigem maior controle e previsibilidade.

Como o CG influencia decolagens, voos de cruzeiro e pousos

O posicionamento do CG também tem um papel fundamental nas diferentes fases do voo:

Decolagem: Um CG muito à frente ou muito atrás pode comprometer a decolagem. Com o CG muito à frente, o modelo pode ter dificuldade para levantar do chão devido à sua tendência de manter uma atitude mais inclinada. Já com o CG muito atrás, o modelo pode não gerar sustentação suficiente nas rodas, comprometendo o processo de decolagem.

Voo de cruzeiro: Durante o voo de cruzeiro, o CG ideal permite que o aeromodelo mantenha uma atitude estável, sem a necessidade de ajustes constantes nos controles. O modelo com CG bem equilibrado voará com suavidade, o que é essencial para longos períodos de voo e para reduzir o cansaço do piloto.

Pouso: Durante o pouso, um CG bem posicionado ajuda a manter o controle e garantir que o modelo não perca o equilíbrio no momento da aterrissagem. Um CG muito à frente pode fazer com que o modelo pouse de forma muito brusca, enquanto um CG muito atrás pode resultar em um pouso instável e até arriscado.

Em todas essas fases, o ajuste correto do CG é vital para que o modelo seja fácil de controlar e para garantir um voo seguro e eficiente. Encontrar o ponto de equilíbrio entre estabilidade e agilidade vai depender da posição do CG e do tipo de voo que você deseja realizar.

Compreender como o CG afeta cada fase do voo ajuda a garantir que seu aeromodelo se comporte de maneira estável e controlada. Na próxima seção, vamos ensinar como calcular e ajustar o CG corretamente para otimizar o desempenho do seu modelo.

Como Calcular o Centro de Gravidade (CG) Ideal

Fórmula básica para cálculo do CG

O cálculo do Centro de Gravidade (CG) é uma parte fundamental no design e ajuste de um aeromodelo. A fórmula básica para calcular o CG envolve medir a posição do ponto de equilíbrio do modelo, levando em consideração seu comprimento total e a distribuição de peso.

A fórmula básica é:

Essa fórmula considera o peso de cada componente (motor, bateria, fuselagem, etc.) e a distância entre cada componente e a referência que você escolher, como a ponta da fuselagem ou o ponto de fixação das asas.

Passo a passo para determinar o CG: como medir o comprimento do aeromodelo e identificar as referências

Calcular o CG ideal envolve alguns passos simples, mas que exigem precisão. Aqui está o processo passo a passo:

Meça o comprimento total do aeromodelo: Determine o comprimento total do modelo, desde a ponta da fuselagem até a extremidade da cauda. Essa medida será importante para determinar as referências de cálculo.

Escolha um ponto de referência: O ponto de referência mais comum para medir o CG é o bordo de ataque da asa principal ou a parte mais à frente da fuselagem. Esse ponto será o ponto de origem para as medições.

Meça a distância entre o ponto de referência e os componentes: A partir do ponto de referência escolhido, meça a distância até o centro de cada componente que contribui para o peso do aeromodelo. Isso inclui o motor, baterias, servos e outros itens.

Determine o peso de cada componente: Pese cada componente separadamente. Isso é importante para que o cálculo do CG seja feito corretamente, levando em conta a distribuição de peso em todo o modelo.

Aplique a fórmula para calcular o CG: Após coletar todas as medições e pesos, aplique a fórmula fornecida na seção anterior para calcular o CG.

Fatores a considerar: tipo de modelo, distribuição de peso, localização dos componentes (motor, bateria, etc.)

É importante lembrar que o cálculo do CG não se trata apenas de uma fórmula matemática, mas também de considerações práticas. Alguns fatores a serem levados em conta incluem:

Tipo de modelo: Aeromodelos de acrobacia e competição geralmente possuem CG mais para trás para maior manobrabilidade, enquanto modelos de treinamento e voo estável tendem a ter CG mais à frente para maior previsibilidade e estabilidade.

Distribuição de peso: Verifique onde os componentes mais pesados estão localizados. Por exemplo, o motor, que pode ser mais pesado, deve ser considerado cuidadosamente para evitar deslocar o CG de forma inadequada.

Localização dos componentes: A posição da bateria, do motor e de outros sistemas também influencia diretamente no cálculo do CG. A bateria, em particular, pode ser ajustada em termos de posição para garantir um CG ideal.

Além disso, ao adicionar componentes adicionais, como câmeras ou sistemas de telemetria, é essencial considerar como esses itens irão afetar a distribuição de peso e o cálculo do CG.

Exemplo prático: cálculo do CG em um modelo específico

Vamos a um exemplo prático para entender como o cálculo do CG pode ser aplicado em um aeromodelo típico.

Suponha que temos um aeromodelo com as seguintes características:

Comprimento total do modelo: 100 cm

Ponto de referência escolhido: bordo de ataque da asa

Componentes e suas respectivas distâncias do ponto de referência:

Motor (300 g): localizado a 25 cm do ponto de referência

Bateria (200 g): localizada a 45 cm do ponto de referência

Fuselagem e demais componentes (500 g): localizados a 50 cm do ponto de referência

Agora, aplicamos a fórmula:

Neste exemplo, o CG ideal do modelo está localizado a 41,5 cm a partir do bordo de ataque da asa. Esse ponto de equilíbrio ajudará a garantir a estabilidade e a manobrabilidade do modelo, dependendo do tipo de voo desejado.

Com esses passos e cálculos, você pode determinar o Centro de Gravidade ideal para seu aeromodelo, ajustando-o conforme necessário para garantir a melhor performance e estabilidade.

Como Ajustar o CG para Melhorar o Desempenho

Depois de calcular o Centro de Gravidade (CG) ideal do seu aeromodelo, o próximo passo é fazer ajustes práticos para que ele fique exatamente onde deve estar. Pequenas mudanças na distribuição dos componentes podem trazer grandes melhorias em termos de estabilidade, manobrabilidade e eficiência do voo.

Mudança de posição de componentes (bateria, motor, etc.)

A forma mais simples e eficaz de ajustar o CG é reposicionando os componentes móveis do aeromodelo. Entre os mais importantes estão:

Bateria: É o item mais frequentemente reposicionado, já que normalmente tem peso considerável e pode ser fixada com velcro ou trilhos ajustáveis. Mover a bateria para frente desloca o CG para frente, aumentando a estabilidade. Já movê-la para trás deixa o modelo mais manobrável, mas menos estável.

Motor: Em modelos com motorização empurrada ou central, é possível modificar sua posição com algum esforço técnico. Motores muito à frente podem deslocar demais o CG, exigindo compensações.

Receptores, ESC e servos: Embora mais leves, a posição desses componentes também contribui para o equilíbrio geral. Em modelos menores, até mesmo pequenos ajustes nesses itens podem fazer diferença.

Uso de pesos para ajustar o CG sem comprometer a estrutura

Se não for possível ou conveniente mudar os componentes internos, outra solução é adicionar pequenos pesos estrategicamente posicionados na fuselagem. Essa técnica é comum em ajustes finos de CG.

Utilize chumbinhos adesivos, moedas ou lastros de modelismo.

Coloque o peso próximo ao nariz ou à cauda, dependendo da direção que deseja mover o CG.

Evite excessos: quanto mais peso adicional, menor será a eficiência do voo e maior o consumo de energia.

O ideal é usar o mínimo de peso possível, priorizando sempre o reposicionamento de componentes existentes.

Testes de voo e ajustes finos após o cálculo inicial

Mesmo com um bom cálculo teórico, o comportamento em voo é o teste final e mais confiável. É durante os voos de teste que você vai sentir se o CG está realmente ideal. Fique atento a:

Decolagens muito bruscas ou nariz caindo facilmente: sinal de CG muito à frente.

Tendência a empinar ou instabilidade em voo reto: CG muito recuado.

Pousos difíceis ou planeios ineficientes: também podem estar relacionados ao CG mal ajustado.

Ajuste o CG em pequenos passos e teste novamente. Voos curtos, em local seguro, ajudam a encontrar o ponto ideal. Se possível, anote cada alteração e os efeitos observados, criando uma referência para futuros modelos.

Com paciência, observação e alguns ajustes precisos, o Centro de Gravidade se transforma em uma ferramenta poderosa para otimizar o desempenho e a segurança do seu aeromodelo. Um CG bem ajustado pode ser a diferença entre um voo instável e um voo suave e confiável.

Ferramentas e Softwares para Auxiliar no Cálculo do CG

Encontrar o Centro de Gravidade (CG) ideal de um aeromodelo não precisa ser um processo puramente manual. Hoje, diversos softwares e ferramentas digitais estão disponíveis para facilitar esse cálculo e garantir maior precisão no equilíbrio do modelo. Utilizar esses recursos pode economizar tempo, reduzir erros e melhorar significativamente o desempenho em voo.

Softwares especializados em aerodinâmica e design

Softwares de design e simulação aerodinâmica são excelentes aliados para calcular o CG e entender como ele afeta o comportamento do aeromodelo. Entre os principais estão:

XFLR5: Um dos favoritos entre aeromodelistas mais experientes. Gratuito e robusto, permite simular o comportamento aerodinâmico da asa e estimar o CG adequado com base no desenho do modelo e na distribuição de peso.

SolidWorks e Fusion 360: Embora mais complexos, esses programas de CAD oferecem recursos de análise de massa e equilíbrio, que ajudam a determinar o ponto exato de CG com base na modelagem 3D completa do aeromodelo.

Plane Design Tools (software embutido em plataformas como RC CAD): Permitem desenhar e equilibrar virtualmente todo o modelo, simulando forças de sustentação e torque com base na geometria e nos componentes utilizados.

Apps e calculadoras online para determinar o CG

Para quem procura uma solução mais rápida e prática, calculadoras online e aplicativos móveis são ótimas opções. Eles geralmente pedem apenas algumas medidas básicas do aeromodelo, como envergadura da asa e distância entre nariz e cauda, e oferecem o ponto estimado do CG.

Algumas sugestões:

CG Calculator by RC Airplane World (site): Calculadora simples e eficaz para modelos com asas retangulares ou trapezoidais.

eCalc CG Calculator: Plataforma online com suporte a diferentes tipos de aeromodelos, levando em conta formatos de asa e cauda.

Apps como “RC CG Calculator” (Android/iOS): Ideais para ajustes rápidos no campo de voo.

Essas ferramentas são especialmente úteis para modelos simples, feitos em casa ou kits prontos, onde o equilíbrio do peso pode variar.

Vantagens de usar essas ferramentas para precisão e praticidade

Utilizar softwares e apps para calcular o CG oferece vantagens claras:

Precisão elevada: Com a entrada correta dos dados, os resultados tendem a ser mais exatos do que medições feitas a olho.

Simulações de comportamento: Muitos programas permitem prever como o modelo se comportará em voo com diferentes posições do CG.

Agilidade e praticidade: Com poucos cliques, é possível saber se será necessário mover componentes ou adicionar lastro.

Redução de erros: Ferramentas automatizadas diminuem o risco de cálculos incorretos ou interpretações equivocadas.

Dominar o uso dessas ferramentas é uma das formas mais eficazes de evoluir no aeromodelismo. Seja com um software avançado ou um app simples no celular, o importante é garantir que seu modelo decole com equilíbrio e voe com eficiência.

Exemplos Práticos de Cálculo e Ajuste de CG

Entender a teoria por trás do Centro de Gravidade (CG) é essencial, mas nada substitui a aplicação prática. Nesta seção, vamos analisar alguns exemplos reais de como o CG pode impactar diretamente o comportamento do aeromodelo em voo — tanto de forma positiva quanto negativa. Esses casos ajudam a ilustrar como pequenos ajustes podem gerar grandes diferenças no desempenho.

Estudo de caso 1: Modelo de aeromodelo com CG ideal e resultado no voo

Imagine um treinador de asa retangular com 1 metro de envergadura, motorização elétrica e estrutura em EPP. Após o cálculo do CG com auxílio de uma calculadora online (25% do cordão médio da asa), o aeromodelista posicionou a bateria exatamente nesse ponto. Durante o voo, o modelo apresentou:

  • Decolagem suave e previsível
  • Estabilidade no voo de cruzeiro, mesmo em ventos leves
  • Resposta controlada às superfícies móveis
  • Pouso controlado, sem tendência a estolar ou afundar

Esse é um exemplo clássico de como o cálculo e posicionamento corretos do CG resultam em um modelo equilibrado, ideal para iniciantes ou voos tranquilos.

Estudo de caso 2: Modelo de aeromodelo com CG incorreto e o impacto no desempenho

Agora, consideremos um aeromodelo acrobático com uma asa trapezoidal. O construtor, sem calcular o CG, instalou a bateria e o receptor muito próximos da cauda, gerando um CG recuado. O resultado?

  • O modelo subia com facilidade, mas mergulhava agressivamente
  • Apresentava instabilidade longitudinal durante manobras simples
  • Era difícil de controlar em ventos e tendia a entrar em parafuso
  • Os pousos eram desafiadores e exigiam muita atenção do piloto

Esse cenário demonstra o risco de negligenciar o CG: um aeromodelo instável pode comprometer não só o desempenho, mas também a segurança do voo.

Comparação de ajustes de CG e efeitos em manobrabilidade

Ajustar o CG de forma milimétrica pode transformar completamente a manobrabilidade do modelo. Vamos considerar um terceiro exemplo: um mesmo aeromodelo, testado com três posições diferentes de CG:

CG à frente do ideal (muito estável)

  • Ideal para voo reto, mas lento em curvas e manobras
  • Requer mais força nos lemes para virar
  • Reduz a agilidade, mas aumenta a segurança para iniciantes

CG no ponto ideal (equilíbrio perfeito)

  • Combina estabilidade e manobrabilidade
  • Bom controle em todas as fases do voo
  • Reage bem aos comandos sem comportamento imprevisível

CG recuado (instável, mas ágil)

  • Reações rápidas e manobras agressivas
  • Ideal para acrobacias, mas difícil para voos precisos
  • Exige mais habilidade e atenção do piloto

Esses exemplos mostram que ajustar o CG não é só sobre estabilidade, mas também sobre o tipo de voo desejado. Cada milímetro importa — e entender como isso afeta o comportamento do modelo é o primeiro passo para dominar o aeromodelismo com eficiência.

Dica bônus: sempre marque a posição do CG ideal no seu modelo com uma pequena etiqueta ou ponto de referência. Assim, qualquer alteração futura poderá ser corrigida com facilidade e segurança.

Dicas para Iniciantes: Erros Comuns e Como Evitá-los

O cálculo e ajuste do Centro de Gravidade (CG) é uma das etapas mais críticas na construção e preparação de um aeromodelo. Para quem está começando, é comum cometer alguns deslizes que podem comprometer a experiência de voo. A boa notícia é que, com atenção e conhecimento, esses erros podem ser facilmente evitados. A seguir, apresentamos os mais comuns e como contorná-los.

Erros ao calcular o CG: medição incorreta e falta de referências

Um dos principais erros entre iniciantes é a medição imprecisa do CG. Isso pode acontecer por:

  • Não medir o cordão da asa corretamente, especialmente em asas trapezoidais ou elípticas, onde o ponto médio pode ser mais difícil de identificar.
  • Ignorar o tipo de perfil da asa, que pode alterar a porcentagem ideal do CG (geralmente entre 25% e 33% do cordão médio).
  • Não usar ferramentas adequadas, como réguas, esquadros ou softwares específicos.

Além disso, muitos iniciantes não utilizam referências visuais ou marcas no aeromodelo para manter o controle sobre a posição do CG, o que dificulta ajustes e testes futuros.

Como evitar o impacto de um CG mal posicionado em seu modelo

Um CG fora do lugar pode causar problemas sérios, como perda de estabilidade, dificuldade de controle ou até quedas inesperadas. Para minimizar esse risco:

  • Monte seu modelo com a possibilidade de ajustar o posicionamento de componentes, especialmente a bateria, que é fácil de mover e tem peso significativo.
  • Use contrapesos leves (chumbos, parafusos, porcas) nos pontos estratégicos da fuselagem quando o ajuste com componentes não for suficiente.
  • Verifique o CG sempre antes de cada voo, especialmente após modificações ou manutenções.

Com essas práticas simples, você reduz drasticamente o risco de falhas durante o voo.

A importância de testar o CG em condições reais de voo

Mesmo com o cálculo correto, é essencial fazer testes reais. O modelo pode se comportar de maneira diferente no ar devido a:

  • Variações de vento e clima
  • Desgaste de peças ou folgas nos controles
  • Diferenças na distribuição de peso que passaram despercebidas

Faça voos curtos de teste em ambientes abertos e controlados. Observe como o modelo responde aos comandos, se há tendência a mergulhar ou subir, e ajuste o CG conforme necessário. Pequenos ajustes podem fazer uma enorme diferença no conforto e segurança do voo.

Conclusão: Errar faz parte do aprendizado, mas conhecer os erros mais comuns é o primeiro passo para evitá-los. Com prática, atenção aos detalhes e paciência, o domínio sobre o CG — e sobre o voo em si — se tornará uma das suas maiores conquistas no aeromodelismo.

Conclusão

Recapitulação da importância do cálculo correto do CG

Ao longo deste artigo, ficou claro que o Centro de Gravidade (CG) é um dos fatores mais determinantes para o sucesso de um aeromodelo. Um CG bem posicionado garante estabilidade, controle e segurança, enquanto um cálculo incorreto pode resultar em voos imprevisíveis ou até acidentes. Entender o que é o CG, como ele afeta o comportamento da aeronave, e como calculá-lo corretamente, é essencial tanto para iniciantes quanto para modelistas experientes.

Incentivo para testar e ajustar o CG em seus projetos de aeromodelos

Mais do que calcular, é fundamental testar, ajustar e observar como o modelo se comporta no ar. Cada projeto é único, e até pequenas alterações nos componentes ou no design podem exigir uma nova verificação do CG. O hábito de revisar o equilíbrio do modelo e realizar voos curtos de teste torna-se uma das maiores ferramentas de evolução do aeromodelista.

Convite para compartilhar dúvidas e experiências nos comentários

Agora que você conhece a teoria e a prática do CG, que tal compartilhar suas experiências? Você já teve algum voo problemático por conta de um CG mal posicionado? Ou desenvolveu alguma técnica prática para ajustar o equilíbrio do seu modelo? Deixe suas dúvidas, relatos ou sugestões nos comentários! Vamos aprender juntos e fortalecer ainda mais a comunidade de aeromodelismo.

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